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A Luta Silenciosa na Educação Básica: Como Professores e Escolas Enfrentam o Colapso de Direitos
O Que Está Em Jogo na Convenção Coletiva de 2025?
A educação básica brasileira está no centro de uma disputa que transcende números e salários. No dia 6 de maio de 2025, a Fepesp (Federação dos Professores do Estado de São Paulo) e sindicatos como o Sinpro Campinas e Região deram início a um processo de dissídio coletivo no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), buscando garantir a manutenção da cláusula 63 na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos professores. Essa cláusula, que previa o pagamento pela elaboração de atividades avaliativas substitutivas e adaptadas, foi descontinuada em fevereiro de 2025 após um impasse nas negociações com a representação patronal.
Mas essa batalha vai muito além de remunerações. Ela é um reflexo de um sistema educacional em crise, onde os docentes enfrentam sobrecarga de trabalho, falta de formação adequada e a ineficácia na inclusão de alunos com necessidades especiais. Como podemos salvar a educação se os próprios educadores estão sendo subjugados?
Por Que a Cláusula 63 É Vital Para a Educação?
A Sobrecarga Invisível dos Educadores
A cláusula 63 não era apenas mais uma linha em um documento legal. Ela reconhecia a responsabilidade adicional assumida pelos professores ao criar atividades avaliativas adaptadas para atender às singularidades de cada aluno. Sem ela, o trabalho extra cai por completo nos ombros dos educadores, sem qualquer compensação financeira ou estrutural.
“É como pedir a um médico para realizar cirurgias sem equipamentos adequados e depois questionar por que os resultados são ruins”, afirma Celso Napolitano, presidente da Fepesp. A analogia ressalta um problema sistêmico: as escolas transferem para os professores responsabilidades que deveriam ser compartilhadas com equipes multidisciplinares.
Inclusão Escolar: Um Processo Falho
A inclusão de alunos com deficiências ou necessidades especiais é um marco importante na educação moderna. No entanto, sem suporte pedagógico adequado e profissionais especializados, os professores se veem forçados a improvisar soluções. Isso gera frustração tanto para os educadores quanto para os estudantes, que muitas vezes não recebem o apoio necessário.
O Papel da Representação Patronal: Onde Está o Compromisso?
Um Impasse que Reflete Prioridades
Por que a representação patronal se recusa a negociar a continuidade da cláusula 63? Para muitos, a resposta está em prioridades mal direcionadas. Enquanto os custos operacionais das instituições de ensino aumentam, os investimentos em capacitação e suporte pedagógico parecem estar em segundo plano.
Este cenário levanta questões fundamentais sobre o papel da iniciativa privada na educação. Estamos diante de um paradoxo: enquanto lucram com mensalidades elevadas, as escolas negligenciam as condições básicas para um ensino de qualidade.
A Justiça do Trabalho Como Última Esperança
Com a instauração do dissídio coletivo, a Seção de Dissídios Coletivos (SDC) do TRT torna-se o palco decisivo desta batalha. A audiência de conciliação será o momento crucial para verificar se há espaço para diálogo ou se a disputa seguirá para julgamento.
Histórias Reais Por Trás dos Números
Professores na Linha de Frente
Maria Clara Silva, professora há 15 anos em uma escola particular de Campinas, conta que seu dia de trabalho não termina quando sai da sala de aula. “Passo horas elaborando atividades personalizadas para meus alunos com dificuldades de aprendizado. Não recebo nada por isso, mas sei que é essencial para o desenvolvimento deles”, relata.
Essa realidade não é exclusiva de Maria Clara. Milhares de educadores enfrentam situações semelhantes, sacrificando tempo pessoal e saúde mental para cumprir sua missão.
Alunos Prejudicados Pelo Sistema
Do outro lado da moeda, estão os alunos que dependem dessas adaptações. João Pedro, de 12 anos, tem dislexia e precisa de materiais específicos para acompanhar as aulas. “Sem as atividades adaptadas, ele fica perdido e desmotivado”, diz sua mãe, Ana Paula. “Não é justo que os professores tenham que arcar com isso sozinhos.”
As Raízes do Problema: Educação em Crise
Investimento Insuficiente
A falta de recursos é um dos principais fatores que contribuem para a situação atual. Enquanto países desenvolvidos investem cerca de 6% do PIB em educação, o Brasil ainda patina abaixo dessa marca. Isso impacta diretamente a qualidade do ensino e as condições de trabalho dos educadores.
Desvalorização da Profissão
Ser professor no Brasil nunca foi fácil. Baixos salários, jornadas extenuantes e pouca valorização social fazem com que muitos abandonem a carreira. A luta pela cláusula 63 é, acima de tudo, uma tentativa de reafirmar a importância do papel dos educadores na sociedade.
E Agora? Quais São as Possíveis Soluções?
Revisão das Políticas Educacionais
Para resolver o problema de forma definitiva, é necessário repensar as políticas educacionais. Isso inclui aumentar o investimento em formação continuada para professores, contratar profissionais especializados em inclusão e garantir que as escolas tenham infraestrutura adequada.
Diálogo Entre Patrões e Trabalhadores
O conflito entre a Fepesp e a representação patronal poderia ser evitado com um diálogo mais aberto e transparente. Ambas as partes precisam entender que o sucesso da educação depende de um esforço conjunto.
Conclusão: A Educação Como Prioridade Nacional
A batalha pela cláusula 63 é um microcosmo dos desafios enfrentados pela educação brasileira. Ela expõe falhas estruturais, desigualdades profundas e a urgência de mudanças significativas. Se quisermos construir um futuro melhor, é imperativo que coloquemos a educação no topo de nossas prioridades.
Como sociedade, devemos perguntar: até quando vamos permitir que nossos professores carreguem o peso de um sistema falido? A resposta começa com ações concretas e compromissos verdadeiros.
Perguntas Frequentes (FAQs)
1. O que é a cláusula 63 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT)?
A cláusula 63 previa o pagamento aos professores pela elaboração de atividades avaliativas substitutivas, adaptadas e por orientação de trabalhos acadêmicos.
2. Por que a cláusula foi retirada em 2025?
Devido a um impasse nas negociações entre a Fepesp e a representação patronal, que se recusou a mantê-la na CCT deste ano.
3. Qual o impacto da retirada da cláusula para os alunos?
A ausência de atividades adaptadas prejudica principalmente os alunos com necessidades especiais, que dependem dessas adaptações para acompanhar o conteúdo.
4. O que acontece agora com o dissídio coletivo?
A Fepesp aguarda o agendamento da audiência de conciliação no TRT. Caso não haja acordo, o caso será julgado pela Seção de Dissídios Coletivos.
5. Como a sociedade pode ajudar nessa luta?
Apoiar movimentos de valorização dos professores, exigir maior investimento em educação e cobrar transparência das instituições de ensino são passos importantes para fortalecer a causa.
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