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O Ginásio Treme: Como o Basquete Feminino do Corinthians Está Redefinindo o Jogo no Brasil
Na noite de sexta-feira, enquanto o Brasil ainda digere os últimos lances do futebol e os holofotes se voltam para estádios repletos de torcida apaixonada, um outro espetáculo silencioso — mas igualmente eletrizante — toma forma no Ginásio Wlamir Marques. Lá, as Furiosas do Corinthians entram em quadra não apenas para vencer o Unimed Campinas, mas para reescrever a narrativa do esporte feminino no país. Em um momento em que o basquete brasileiro busca ressurgir das cinzas, o time alvinegro se ergue como um farol de resistência, talento e ambição.
Mas o que torna este confronto tão especial? Por que o Paulista de Basquete Feminino, historicamente relegado a segundo plano, começa a atrair olhares atentos de patrocinadores, torcedores e até de olheiros internacionais? A resposta está muito além dos números da tabela. Está na cultura, na identidade e na forma como o Corinthians está transformando o basquete feminino em um movimento coletivo — e não apenas em um esporte.
O Que É a Fase de Realinhamento do Paulista de Basquete Feminino?
Antes de mergulhar nas emoções do duelo contra o Unimed Campinas, é essencial entender o contexto competitivo. O Campeonato Paulista de Basquete Feminino é dividido em fases distintas, e a chamada “fase de realinhamento” é crucial para definir o rumo do torneio. Nela, os times do Grupo B — onde o Corinthians se encontra — se enfrentam entre si para garantir vantagem de mando de quadra nos playoffs.
Mas há mais: após esses confrontos internos, os clubes também duelam com os três melhores classificados do Grupo A, formando um novo chaveamento que levará aos mata-matas. Ou seja, cada partida agora carrega o peso de uma decisão. Um único erro pode significar perder o direito de jogar em casa nas fases decisivas — um fator psicológico e tático de enorme relevância.
Corinthians: Entre a Glória e a Pressão
Com seis vitórias e apenas duas derrotas na primeira fase, o Corinthians terminou em segundo lugar geral, atrás apenas do SESI Araraquara. Um desempenho sólido, mas que sofreu um golpe emocional na última rodada: uma derrota por 66 a 65 para o São José, nos segundos finais. Um placar apertado, quase cruel, que deixou um gosto amargo — mas também uma lição.
Afinal, como lidar com a pressão de ser o time mais popular do Brasil em uma modalidade que ainda luta por visibilidade? As Furiosas não carregam apenas o manto alvinegro; carregam as expectativas de milhares de meninas que veem nelas um espelho. E isso, mais do que qualquer troféu, é o verdadeiro peso da camisa.
Quem São as Furiosas? Um Time Feito de Histórias
O basquete feminino do Corinthians não é apenas um elenco. É um mosaico de trajetórias. De Ana Beatriz, a jovem armadora com visão de jogo rara, a Licinara, cuja presença defensiva transforma quadras em fortalezas, passando por Yasmim, Jaqueline de Paula e Alana Gonçalo — cada jogadora traz consigo uma história de superação, disciplina e paixão pelo esporte.
E não podemos esquecer Nazinha, cuja energia contagiante foi capturada nas lentes de Beto Miller durante o jogo contra o Catanduva. Ela representa a nova geração: técnica, veloz e sem medo de brilhar. Mas, infelizmente, nem tudo são flores. A ausência de Nega Milena, lesionada, é uma lacuna difícil de preencher. Sua liderança em quadra e capacidade de decidir jogos fazem falta — e a comissão técnica sabe disso.
O Quinteto Inicial: Estratégia Sob Pressão
Diante da ausência de Milena, o técnico Bruno Guidorizzi aposta em um quinteto inicial que equilibra juventude e experiência:
– Ana Beatriz (armadora)
– Jaqueline de Paula (ala-armadora)
– Yasmim (ala)
– Licinara (pivô)
– Alana Gonçalo (ala-pivô)
Esse time prioriza mobilidade, transições rápidas e defesa agressiva. Mas será suficiente contra um Unimed Campinas que vem crescendo na competição? A resposta dependerá não só da execução tática, mas da capacidade mental do grupo de superar o trauma da derrota anterior.
O Papel da Rotação: Quando o Banco Decide
Em um esporte de ritmo intenso como o basquete, o banco de reservas pode ser tão decisivo quanto o quinteto titular. Para este confronto, Guidorizzi conta com opções de luxo:
– Glenda
– Tayna
– Jamile
– Júlia Mansilha
– Tássia
Cada uma delas traz um perfil distinto: Glenda, por exemplo, é conhecida por seu arremesso de longa distância; Tayna, pela intensidade defensiva. A rotação inteligente pode cansar o adversário, manter o ritmo ofensivo e, acima de tudo, preservar as titulares para os minutos finais — quando os jogos costumam ser decididos.
Por Que Este Jogo Importa Mais do Que Você Imagina
Você pode pensar: “É só mais um jogo do Paulista”. Mas não é. Este confronto simboliza um ponto de virada. O basquete feminino brasileiro vive um momento de inflexão. Com o crescimento de ligas como a LBF (Liga de Basquete Feminino) e o aumento de cobertura midiática, o esporte está finalmente ganhando o espaço que merece.
E o Corinthians, como gigante do esporte nacional, tem o dever — e a oportunidade — de liderar essa transformação. Cada vitória, cada transmissão ao vivo, cada comentário nas redes sociais contribui para normalizar a presença feminina nas quadras. Não se trata apenas de esporte; trata-se de representatividade.
Transmissão ao Vivo: Democratizando o Acesso
Felizmente, o jogo será transmitido ao vivo e gratuitamente pela TV FPB, canal oficial da Federação Paulista de Basquete, no YouTube. Isso é revolucionário. Há poucos anos, acompanhar um jogo de basquete feminino exigia esforço quase hercúleo. Hoje, basta um clique.
Essa acessibilidade não apenas amplia o público, mas também atrai novos talentos. Meninas em cidades do interior de São Paulo, do Nordeste ou da Amazônia podem, pela primeira vez, ver alguém que se parece com elas dominando a quadra. E isso, meus amigos, é poderoso.
O Legado de Wlamir Marques: Mais do Que um Ginásio
O Ginásio Wlamir Marques não é apenas uma quadra. É um santuário do basquete brasileiro. Nomeado em homenagem a um dos maiores jogadores da história do país, o local respira tradição. Jogar ali é, para muitas atletas, um rito de passagem.
Mas o ginásio também carrega uma responsabilidade simbólica: manter viva a chama do basquete nacional. E, neste momento, as Furiosas têm a chance de escrever um novo capítulo nessa história — um capítulo que fale de igualdade, excelência e orgulho.
Unimed Campinas: O Adversário que Não Pode Ser Subestimado
O Unimed Campinas não é um coadjuvante. A equipe vem se reforçando nos últimos anos e conta com um elenco coeso, treinado e motivado. Em confrontos diretos, o fator surpresa pode pesar — especialmente se o Corinthians entrar em quadra ainda abalado pela derrota para o São José.
Além disso, Campinas tem um histórico de jogar melhor fora de casa, explorando erros defensivos e contra-ataques rápidos. As Furiosas precisarão estar atentas desde o primeiro minuto. Um início lento pode ser fatal.
A Psicologia do Pós-Derrota: Como Reagir?
Perder por um ponto, nos segundos finais, é uma das experiências mais dolorosas no esporte. A mente humana tende a focar no que deu errado — o arremesso perdido, a defesa falha, a bola que escapou. Mas campeões não se definem pela derrota; definem-se pela resposta que dão a ela.
O Corinthians tem, em sua comissão técnica, profissionais preparados para gerenciar esse momento crítico. Reuniões psicológicas, vídeos de análise e até momentos de descontração são usados para resetar o grupo. Afinal, o basquete, como a vida, é feito de recomeços.
Basquete Feminino no Brasil: Uma Revolução Silenciosa
Enquanto o futebol feminino ganha manchetes (e merecidamente), o basquete feminino avança com passos firmes, mas discretos. Sem os holofotes do Maracanã, mas com a mesma determinação. Nos últimos cinco anos, o número de atletas registradas em federações estaduais cresceu 42%. As redes sociais amplificam vozes antes silenciadas. Patrocinadores começam a enxergar valor real — não apenas simbólico.
E o Corinthians está no epicentro dessa mudança. Seu investimento contínuo, sua estrutura profissional e seu compromisso com o desenvolvimento de jovens talentos fazem dele um modelo a ser seguido.
O Futuro Está nas Categorias de Base
Falar do time principal é falar do presente. Mas o verdadeiro legado está sendo construído nas categorias de base. O Corinthians mantém um dos centros de formação mais completos do país, com programas que vão do sub-14 ao sub-19. Muitas das atletas que hoje brilham na seleção brasileira passaram por lá.
Isso não é coincidência. É estratégia. E é por isso que o clube não depende apenas de contratações pontuais; ele cultiva seu próprio talento. Um modelo sustentável, que garante continuidade e identidade.
Jogue com Responsabilidade: Um Lembrete Necessário
No canto inferior da tela do site Meu Timão, uma frase discreta: *“Jogue com responsabilidade”*. Parece um detalhe, mas carrega um recado importante. O crescimento do interesse por apostas esportivas — inclusive no basquete — traz consigo riscos reais. A paixão pelo jogo não deve se transformar em compulsão.
O Corinthians, ao incluir esse aviso, assume um papel educativo. Esporte é entretenimento, sim — mas também é saúde, disciplina e equilíbrio. Um lembrete sutil, mas essencial em tempos de hiperconectividade.
O Que Esperar do Resto da Temporada?
Se vencer o Unimed Campinas, o Corinthians se consolida na briga pelo título e garante um passo importante rumo à vantagem de mando nos playoffs. Mas a temporada ainda é longa. Confrontos contra SESI Araraquara, São José e Pinheiros prometem duelos de alto nível.
Mais do que isso, o time alvinegro tem a chance de conquistar um feito raro: unir o sucesso esportivo à transformação social. Porque, no fim das contas, o que as Furiosas estão construindo vai muito além de troféus. Estão construindo um legado.
Conclusão: O Basquete que o Brasil Precisava
Enquanto o mundo celebra o futebol como religião, o basquete feminino do Corinthians surge como um novo evangelho — escrito com suor, lances impossíveis e sorrisos após a vitória. Este jogo contra o Unimed Campinas não é apenas mais uma partida. É um ato de resistência. Um grito silencioso de que o esporte feminino merece respeito, investimento e amor.
E talvez, daqui a alguns anos, quando olharmos para trás, perceberemos que foi neste ginásio, em noites como esta, que tudo começou a mudar. Não com fogos de artifício, mas com passes precisos, rebotes decisivos e a coragem de quem joga não só para ganhar, mas para inspirar.
Perguntas Frequentes (FAQs)
1. Onde posso assistir ao jogo entre Corinthians e Unimed Campinas?
O confronto será transmitido ao vivo e gratuitamente pela TV FPB, canal oficial da Federação Paulista de Basquete, no YouTube.
2. Por que Nega Milena não está jogando?
Nega Milena está afastada por conta de uma lesão e, portanto, não compõe o elenco disponível para este jogo.
3. O que é a fase de realinhamento do Paulista de Basquete Feminino?
É uma etapa intermediária do campeonato em que os times do Grupo B se enfrentam entre si e também jogam contra os três melhores do Grupo A, definindo o chaveamento dos playoffs.
4. Quais são as chances do Corinthians vencer o campeonato?
Com o segundo lugar na fase inicial e um elenco competitivo, o Corinthians é um dos principais candidatos ao título, especialmente se mantiver a consistência defensiva e ofensiva.
5. Como o basquete feminino do Corinthians impacta o esporte no Brasil?
O clube serve como modelo de investimento, visibilidade e formação de talentos, impulsionando o crescimento do basquete feminino nacional e inspirando novas gerações de atletas.
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