

Notícias
Por Que Campinas Está se Tornando o Novo Coração da Literatura Independente no Brasil?
Em um mundo onde o algoritmo decide o que lemos antes mesmo de sabermos o que queremos sentir, surge em Campinas um movimento silencioso — mas poderoso — que desafia a lógica do consumo rápido e efêmero. Entre os dias 7 e 9 de novembro, o Museu da Imagem e do Som (MIS) da cidade se transformará em um verdadeiro santuário da palavra escrita, acolhendo a 2ª Mostra Literária de Campinas (MOLI). Mais do que uma feira, a MOLI é um manifesto: um grito coletivo em defesa da literatura independente, da diversidade de vozes e da liberdade criativa.
Mas por que isso importa? Por que uma cidade do interior de São Paulo está se posicionando como epicentro de um renascimento literário? E o que Hilda Hilst — a enigmática “bruxa de Campinas” — tem a ver com tudo isso? Prepare-se: esta não é apenas a história de um evento. É a crônica de uma resistência cultural em pleno século XXI.
O Renascimento Literário de Campinas: Mais Que um Evento, um Movimento
Enquanto as grandes capitais disputam espaço com festivais de escala internacional, Campinas escolheu um caminho diferente: o da intimidade, da experimentação e da conexão humana. A 2ª MOLI não busca números gigantescos, mas sim profundidade. Com entrada gratuita, oficinas abertas, mesas de debate e saraus, o evento é um convite para que o público não apenas consuma literatura, mas a experimente, a discuta e, acima de tudo, a viva.
Localizado no coração do Centro de Campinas, o MIS se torna palco ideal para essa celebração. Um espaço que já respira memória e arte, agora abraça também a palavra — aquela que liberta, perturba, cura e transforma.
Homenagem a Hilda Hilst: Quando a Casa do Sol Ilumina Novas Gerações
Nenhuma edição da MOLI poderia ignorar a sombra gigantesca — e luminosa — de Hilda Hilst. Nascida em 1930 e falecida em 2004, Hilst foi uma das vozes mais ousadas e complexas da literatura brasileira. Sua obra, que abrange poesia, prosa, teatro e crônica, mergulha em temas como o sagrado, o erótico, a loucura e a transcendência com uma linguagem que desafia até os leitores mais experientes.
Na Casa do Sol, sua residência em Campinas, Hilst escreveu boa parte de sua obra longe dos holofotes, mas nunca do fogo criativo. Hoje, essa chama é reacendida pela MOLI, que dedica uma parte significativa de sua programação à homenagem da escritora. Será que, ao celebrar Hilst, estamos também celebrando a coragem de ser diferente?
Editoras e Autores Independentes: O Sangue Novo da Literatura Brasileira
A MOLI não é um evento para grandes conglomerados editoriais. Pelo contrário: é um espaço dedicado àqueles que escrevem fora dos circuitos tradicionais — os autores independentes, as microeditoras, os coletivos literários que operam com paixão, poucos recursos e muita ousadia.
Nesta edição, mais de 50 editoras e autores independentes estarão presentes, oferecendo obras que raramente chegam às prateleiras das grandes livrarias. Aqui, o leitor encontra narrativas marginalizadas, poesia experimental, ficção especulativa e ensaios críticos que questionam o status quo. É literatura viva, pulsante, feita por quem acredita que contar histórias ainda pode mudar o mundo.
Programação que Vai Além dos Livros: Teatro, Fotografia e Diálogo
Se você pensa que a MOLI é apenas sobre livros, prepare-se para se surpreender. A programação inclui:
– Espetáculos teatrais inspirados em obras literárias;
– Exposições de artes visuais e fotografia que dialogam com a palavra escrita;
– Oficinas de escrita criativa, voltadas para todos os níveis;
– Mesas de debate com temas como literatura periférica, gênero e representatividade;
– Saraus poéticos que transformam o espaço em um verdadeiro ritual coletivo.
É impossível sair do MIS sem sentir que a literatura não é um objeto isolado, mas sim um tecido vivo que se entrelaça com outras formas de expressão.
Por Que a Literatura Independente Precisa de Espaços Como a MOLI?
Em um mercado editorial cada vez mais concentrado, dominado por best-sellers padronizados e estratégias de marketing agressivas, os autores independentes enfrentam um verdadeiro labirinto. Sem verba para campanhas, sem acesso a grandes distribuidoras, muitas vozes acabam silenciadas antes mesmo de serem ouvidas.
É aí que eventos como a MOLI entram como pontes essenciais. Eles não apenas dão visibilidade, mas criam comunidades. Um autor que vende seu livro de forma independente em uma feira como essa não está apenas comercializando um produto — está estabelecendo um laço humano com seu leitor. E é exatamente esse laço que a literatura precisa para sobreviver.
Oficinas Abertas: Escrever Como Ato de Resistência
Uma das joias da programação da MOLI são as oficinas gratuitas, com inscrições abertas pelo Instagram [@moli.mostraliteraria](https://instagram.com/moli.mostraliteraria). Desde técnicas de escrita poética até narrativas autobiográficas, essas oficinas são ministradas por profissionais experientes e pensadas para estimular a criatividade em todos os níveis.
Escrever, nesse contexto, deixa de ser um ato solitário e se transforma em um gesto coletivo de resistência. Afinal, em tempos de discursos vazios e narrativas manipuladas, quem escreve com verdade está, de certa forma, desafiando o sistema.
O Papel do MIS Campinas: Um Museu que Respira Literatura
O Museu da Imagem e do Som de Campinas não é um espaço tradicional. Desde sua reabertura, tem se posicionado como um centro cultural dinâmico, acolhendo exposições, performances e, agora, uma feira literária de vanguarda. Sua localização central, sua arquitetura convidativa e sua vocação para a interdisciplinaridade fazem dele o cenário perfeito para a MOLI.
Mais do que um local, o MIS é um símbolo do que Campinas pode ser: uma cidade que valoriza a cultura como bem público, não como luxo.
Acesso Gratuito: Democratizar a Cultura é um Ato Político
Em um país onde o acesso à cultura ainda é um privilégio, a gratuidade da MOLI é um ato político. Ao abrir as portas sem cobrar um centavo, o evento desmonta a ideia de que literatura é coisa de elite. Crianças, idosos, estudantes, trabalhadores — todos são convidados a participar.
Essa decisão não é ingênua. É uma escolha consciente por inclusão, por **diversidade** e por **justiça cultural**. Porque ler não deveria ser um luxo — deveria ser um direito.
A Primeira Edição da MOLI: O Que Aprendemos?
A primeira edição da Mostra Literária de Campinas, realizada em 2023, foi um marco. Reuniu centenas de pessoas, gerou parcerias inesperadas e provou que há fome por literatura autêntica na região. Mas também deixou lições: a importância de ouvir o público, de adaptar a programação às demandas reais da comunidade e de manter o foco na qualidade, não na quantidade.
A segunda edição chega mais madura, mais ousada e com uma missão clara: consolidar Campinas como polo literário independente.
Literatura e Bem-Estar: Por Que Ler Faz Bem à Alma (e ao Cérebro)?
Estudos recentes comprovam o que os leitores já sabem intuitivamente: ler transforma. Reduz o estresse, amplia a empatia, melhora a concentração e até fortalece a memória. Em um mundo hiperconectado e ansioso, a literatura se torna um refúgio — e também um instrumento de cura.
A MOLI entende isso. Por isso, seus saraus, oficinas e conversas são pensados não apenas para informar, mas para nutrir. É literatura como terapia, como alimento espiritual.
Crianças na MOLI: Plantando Sementes para o Futuro
A programação da MOLI também reserva espaço especial para os pequenos. Com contações de histórias, oficinas lúdicas e atividades interativas, o evento busca despertar o prazer pela leitura desde cedo. Porque uma criança que ama livros hoje será um adulto crítico, criativo e empático amanhã.
E não se trata apenas de entretenimento. É sobre formar leitores conscientes, capazes de questionar, sonhar e reescrever o mundo.
Redes Sociais e Literatura: O Caso de Sucesso do Instagram da MOLI
Em plena era digital, a MOLI não foge das redes sociais — pelo contrário, as abraça com inteligência. Seu perfil no Instagram (@moli.mostraliteraria) é um exemplo de como comunicação cultural pode ser criativa, acessível e engajadora.
Lá, o público encontra teasers da programação, entrevistas com autores, dicas de leitura e chamadas para inscrições. É uma vitrine viva do que acontece nos bastidores — e um convite constante para participar.
O Futuro da Literatura Independente em Campinas: O Que Vem Depois da MOLI?
A MOLI não é um ponto final, mas um ponto de partida. Organizadores, autores e leitores já sonham com uma terceira edição — e com algo ainda maior: uma **rede permanente de apoio à literatura independente** na região.
Imagine: coletivos literários fixos, ciclos de leitura mensais, residências criativas, parcerias com escolas públicas. Tudo isso começa com um evento como a MOLI. Porque grandes movimentos culturais nascem de pequenas chamas.
Como Participar da 2ª MOLI: Um Guia Prático para Leitores e Escritores
Se você quer participar da 2ª Mostra Literária de Campinas, aqui está o essencial:
– Data: 7 a 9 de novembro de 2024
– Horários:
– Sexta (7/11): a partir das 18h
– Sábado (8/11) e domingo (9/11): das 10h às 21h (feira das 13h às 21h)
– Local: MIS Campinas – Rua Regente Feijó, 859, Centro
– Entrada: Gratuita
– Inscrições para oficinas: Disponíveis no Instagram [@moli.mostraliteraria](https://instagram.com/moli.mostraliteraria)
Leve sua curiosidade, seu caderno e, se for escritor, seu livro. O espaço é de todos.
Conclusão: A Palavra Como Ato de Esperança
Em tempos de polarização, desinformação e apatia, a 2ª MOLI surge como um farol. Não promete respostas fáceis, mas oferece algo ainda mais valioso: **espaço para perguntas**. Espaço para vozes que não se encaixam nos moldes. Espaço para a beleza incômoda da verdade literária.
Campinas, com sua Casa do Sol e seu MIS iluminado, prova que a literatura não morreu — ela apenas mudou de endereço. E agora, ela te convida a entrar, sentar, folhear uma página e, quem sabe, escrever a sua própria história.
Perguntas Frequentes (FAQs)
1. A 2ª MOLI é realmente gratuita para todos?
Sim. Tanto a entrada quanto a participação nas oficinas e atividades são gratuitas. Algumas oficinas têm número limitado de vagas, por isso é recomendável se inscrever antecipadamente pelo Instagram oficial.
2. Posso expor meus livros como autor independente na feira?
Nesta edição, a curadoria já está fechada com os expositores selecionados. No entanto, a organização costuma abrir chamadas públicas antes de cada edição. Acompanhe o Instagram @moli.mostraliteraria para futuras oportunidades.
3. Haverá programação voltada para crianças?
Sim! A MOLI inclui atividades específicas para o público infantil, como contação de histórias e oficinas lúdicas de escrita e ilustração, sempre aos sábados e domingos.
4. O evento é acessível para pessoas com deficiência?
O MIS Campinas é um espaço acessível, com rampas, banheiros adaptados e equipe preparada para receber todos os públicos. Caso precise de apoio específico, entre em contato antecipadamente pela rede social do evento.
5. Posso levar meu próprio livro para autografar ou vender?
A feira é exclusiva para os expositores previamente selecionados. No entanto, durante saraus e rodas de conversa, há momentos informais em que autores podem compartilhar suas obras — desde que respeitem as regras do espaço e não comercializem sem autorização.
Para informações adicionais, acesse o site