Campinas
Cemitério da Saudade – Um Tesouro Histórico à Beira do Abandono
O Cemitério da Saudade, localizado em Campinas, São Paulo, é muito mais do que um simples local de sepultamento. Com suas 35 mil sepulturas, ele abriga a história viva da metrópole, sendo lar das últimas moradas de grandes personalidades que ajudaram a moldar a identidade da cidade. Apesar de seu valor inestimável como museu a céu aberto, infelizmente, este patrimônio cultural enfrenta um descaso preocupante, com a falta de manutenção adequada ameaçando sua preservação.
Um Legado Ímpar
Fundado em 1881, o Cemitério da Saudade é um verdadeiro tesouro histórico, abrigando não apenas sepulturas, mas também marcos significativos da trajetória de Campinas. Aqui, repousam figuras ilustres como Carlos Gomes, cujo mausoléu temporário foi o da família Ferreira Penteado, e Hércules Florence, o inventor da fotografia isolada.
Além disso, o cemitério é um espelho da diversidade religiosa da região, com representações de várias crenças, desde católicos e luteranos até reverências à umbanda, como o único santuário do Exu Tranca Ruas das Almas no Brasil.
Nomes que Ecoam nas Ruas
As sepulturas do Cemitério da Saudade abrigam os restos mortais de muitos cujos nomes ecoam nas principais avenidas de Campinas. Francisco Glicério, Carolina Florence, Ferreira Penteado, Orozimbo Maia e Mário Gatti, que dá nome ao hospital municipal, são apenas alguns dos ilustres residentes eternos deste local.
Um Museu Negligenciado
Apesar de sua importância histórica e cultural, o Cemitério da Saudade enfrenta um descaso alarmante. Visitantes relatam a presença de mato alto, dificultando a locomoção, especialmente para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.
Além disso, os entulhos das obras de reforma, como a troca do piso, estão espalhados de forma descuidada, criando riscos de acidentes e manchando a beleza do local.
Vozes de Indignação
Os frequentadores do cemitério não escondem sua indignação diante das condições precárias. Elaine Machado lamenta as dificuldades enfrentadas ao levar sua mãe cadeirante, enquanto José Ricardo Rojas descreve a cena como ‘um descaso total’ e compara as sepulturas tomadas pelo mato a ‘um filme de terror’.
A professora Carla Cristina Brito enfatiza a necessidade de manutenção diária, citando exemplos de túmulos quebrados, sem cruzes e até sem identificação dos sepultados.
Esforços para Preservar a Memória
Diante desse cenário preocupante, a SETEC, responsável pela administração dos cemitérios municipais, garante que os trabalhos de manutenção são constantes. No entanto, admite que situações pontuais de mato alto possam ocorrer, além das obras em andamento gerarem movimentação de entulhos.
Reconhecimento Oficial
Em 2004, o Cemitério da Saudade foi tombado pelo Condepacc (Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas), reconhecendo sua importância como um dos mais significativos do país em termos de patrimônio histórico, artístico e cultural.
Atualmente, um projeto de lei em discussão na Câmara de Vereadores busca instituir o Dia Municipal do Patrimônio Cultural Funerário de Campinas, a ser celebrado anualmente em 7 de fevereiro, data da inauguração oficial do Cemitério da Saudade em 1881.
Preservando a Memória, Resgatando a Dignidade
O Cemitério da Saudade é muito mais do que um simples local de sepultamento. É um tesouro histórico que abriga a essência da metrópole de Campinas, guardando as memórias daqueles que ajudaram a construir sua identidade. No entanto, para que este legado seja devidamente preservado e honrado, é fundamental que medidas efetivas sejam tomadas para garantir sua manutenção adequada.
Somente assim, as gerações futuras poderão desfrutar deste museu a céu aberto em toda a sua glória, aprendendo com o passado e cultivando o respeito pelas raízes que moldaram a cidade que conhecemos hoje.
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