Campinas Enfrenta Surto Grave de Dengue com 30 Vítimas Fatais

Confirmação de Novos Óbitos e Aumento Alarmante de Casos

A Secretaria de Saúde de Campinas divulgou na tarde desta quinta-feira, 23 de maio, a lamentável notícia de sete novos óbitos provocados pela dengue na cidade. Esses falecimentos ocorreram entre 2 de abril e 4 de maio, elevando o número trágico de vidas ceifadas por essa doença para 30 neste ano em Campinas.

Desde o início de 2023, um total assombroso de 95.690 casos de dengue foram registrados no município. Esse surto sem precedentes representa um desafio de saúde pública sem igual, exigindo ações imediatas e coordenadas para conter a propagação do vírus.

Expectativa de Redução de Casos com a Queda das Temperaturas

Embora a situação seja crítica, a Secretaria de Saúde nutre esperanças de que, a partir deste mês, o número de novos casos diminua devido à redução das temperaturas. O pico de transmissão da doença foi observado entre 7 e 13 de abril, período em que as condições climáticas favoreceram a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue.

Medidas de Controle e Prevenção Implementadas

Diante dessa crise de saúde pública, o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) desencadeou uma série de medidas estratégicas nas regiões onde residiam as vítimas fatais. Essas ações incluem:

– Controle rigoroso de criadouros do mosquito Aedes aegypti
– Busca ativa de pessoas com sintomas sugestivos de dengue
– Nebulização para combater o vetor da doença

Perfil das Vítimas Fatais

Infelizmente, as vítimas fatais apresentavam um perfil diversificado, abrangendo diferentes faixas etárias e condições de saúde preexistentes. Eis um resumo dos casos confirmados:

– Mulher de 24 anos, sem comorbidades, atendida na rede pública e moradora da área do CS Aeroporto. Início dos sintomas em 30/04, óbito em 04/05.
– Homem de 86 anos, com comorbidades, atendido na rede privada e morador da área do CS 31 de Março. Início dos sintomas em 22/03, óbito em 04/04.
– Homem de 87 anos, com comorbidades, atendido na rede privada e morador da área do CS Taquaral. Início dos sintomas em 06/04, óbito em 15/04.
– Homem de 75 anos, com comorbidades, atendido na rede privada e morador da área do CS Valença. Início dos sintomas em 02/04, óbito em 04/04.
– Homem de 90 anos, com comorbidades, atendido na rede pública e morador da área do CS São Bernardo. Início dos sintomas em 29/04, óbito em 04/05.
– Homem de 75 anos, com comorbidades, atendido na rede privada e morador da área do CS Vila Ipê. Início dos sintomas em 12/04, óbito em 22/04.
– Homem de 84 anos, com comorbidades, atendido na rede privada e morador da área do CS Eulina. Início dos sintomas em 12/03, óbito em 02/04.

Esclarecimentos sobre Sorotipos e Gravidade dos Casos

Em um esforço para esclarecer dúvidas recorrentes na população, a diretora do Devisa, Andrea von Zuben, anunciou uma mudança na divulgação de informações relacionadas aos sorotipos do vírus da dengue. A partir desta quinta-feira, 23 de maio, esses dados não serão mais fornecidos juntamente com as notificações de óbitos.

Segundo Andrea, o desfecho fatal depende de fatores como a procura precoce por atendimento médico, o manejo clínico adequado e as condições individuais do paciente, não estando diretamente relacionado ao sorotipo específico do caso. A divulgação dessa informação vinha causando confusão entre os cidadãos, que erroneamente associavam a variação do vírus à gravidade dos casos.

O Departamento de Vigilância em Saúde ressalta que qualquer mudança significativa na circulação dos sorotipos da dengue será devidamente comunicada à população.

Lamentação pelas Perdas e Solidariedade às Famílias

Em nome da Secretaria de Saúde, a diretora Andrea von Zuben expressou profundo pesar pelas vidas perdidas e se solidarizou com as famílias enlutadas por essa tragédia. Ela reiterou o alerta feito desde o início de 2023, com o objetivo de sensibilizar a população para a importância de adotar medidas preventivas e, assim, reduzir o número de casos e óbitos.

Prevenção: A Chave para Combater a Dengue

De acordo com Andrea, a melhor forma de prevenir a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro para o mosquito Aedes aegypti, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. Ela também enfatizou a importância de vedar adequadamente a caixa d’água e manter fechados os vasos sanitários inutilizados.

Fatores que Contribuíram para o Aumento de Casos

Dois fatores principais contribuíram para o aumento significativo de casos de dengue em Campinas:

1. Circulação Simultânea de Três Sorotipos: Pela primeira vez na história da cidade, três sorotipos diferentes do vírus da dengue circularam simultaneamente, complicando os esforços de controle e prevenção.

2. Condições Climáticas Favoráveis: As sucessivas ondas de calor registradas desde outubro criaram condições ideais para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, facilitando a transmissão do vírus.

Orientações sobre Assistência Médica e Hidratação

A Secretaria de Saúde de Campinas reforça a importância de buscar atendimento médico imediato em caso de febre, para obter um diagnóstico clínico preciso. A orientação é não banalizar os sintomas e evitar a automedicação, que pode comprometer a avaliação médica, o tratamento e a recuperação do paciente.

Para aqueles com suspeita ou confirmação de dengue, é crucial estar atento a sinais de agravamento, como tontura, dor abdominal intensa, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos. Nesses casos, é fundamental buscar auxílio imediato em um pronto-socorro ou Unidade de Pronto Atendimento

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