Feliz Ano Velho” – A comemoração de 40 anos de um marco no teatro brasileiro.”

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Introdução

A peça teatral _’Feliz Ano Velho’_ tornou-se um marco no cenário artístico brasileiro. No entanto, seria possível que alguns de nós desconheçam a jornada desse espetáculo desde as páginas do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva até os palcos nacionais e internacionais. A notável adaptação, escrita por Alcides Nogueira Pinto, catapultou artistas como Paulo Betti, Denise Del Vecchio, Lilia Cabral e Marcos Frota para o estrelato, e celebrou, no dia 3 de julho, quatro décadas desde a sua estreia. Vamos mergulhar na história deste impressionante espetáculo?

A Origem

> ‘Foi durante o Festival de Inverno de Campos do Jordão, na noite de 3 de julho de 1983, que o país foi apresentado a um espetáculo muito à frente de seu tempo.’

A concepção de ‘Feliz Ano Velho’, como espetáculo, pode ser creditada à aguçada percepção e persistência de Marcos Kaloy, atual empresário e vereador em Monte Alegre do Sul. Alcides Nogueira Pinto, o autor da adaptação, confirma a origem ambiciosa do projeto. Sua conexão com Kaloy remonta à produção de ‘Madame Pomery’.

!Alcides Nogueira(https://horacampinas.com.br/wp-content/uploads/2023/06/alcides-nogueira-obra_9353-1024×576.jpeg)

_’Tudo começou com o Kaloy, que teve a ideia de levar para o palco o livro de Marcelo Rubens Paiva. Foi ele quem fez contato com o Marcelo, comigo, com Paulo Betti. Logo chegaram Adilson Barros, Denise Del Vecchio, Lilia Cabral, Christiane Rando e Marcos Frota’, relembra Nogueira._

A Concepção

Kaloy, então um líder estudantil e ator formado pela Escola Macunaíma, também fez parte do elenco. Ele conhecia Marcelo Rubens Paiva, então estudante da Unicamp, e percebeu o potencial do livro para uma montagem cênica, que foi lançado um ano antes da peça – em 1982.

_’Li o livro inteiro em uma noite e vi ali um texto de teatro, uma pedra preciosa pronta para ser lapidada’, conta. Com a autorização do escritor, procurou Alcides Nogueira Pinto, que aceitou o desafio._

O Desafio

_’Os desafios eram muitos. Como adaptar um livro que o Brasil inteiro tinha lido, que provocou comoção, que era profissional? Como preservar a força e ao mesmo tempo o desamparo desse relato de Marcelo, tão pessoal, tão íntimo? A única saída era não ser Marcelo. Tomar distância e contar a história dele com os olhos possíveis. Então, seguimos’, conta Nogueira._

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O dramaturgo, que na época escrevia para Paulo Betti, Adilson Barros e Denise Del Vecchio, aceitou o convite para escrever a peça quando Lilia Cabral, Christiane Rando e Marcos Frota se juntaram ao projeto. A direção ficou a cargo de Paulo Betti, que, junto com Barros, era professor de artes cênicas da Unicamp e também conhecia Marcelo Rubens Paiva.

> ‘O que ele fez foi muito mais do que uma adaptação’, define Kaloy.

_’Todo processo de criação que ele fez em cima do texto do livro foi transformador. Tanto que a peça vai além do livro, avançando sobre o que o Marcelo escreveu, estabelecendo uma visão mais política na narrativa.’_

A Narrativa

No livro, Marcelo Rubens Paiva conta a história do acidente sofrido em uma lagoa em Campinas, que o deixou paraplégico em 1979, quando era estudante da Unicamp. Além disso, narra a infância e adolescência e o convívio com o pai, o ex-deputado federal Rubens Paiva, desaparecido durante a ditadura militar, em 1971.

A releitura da narração feita por Nogueira resultou em um espetáculo ágil, repleto de criatividade e sensibilidade, conquistando a cumplicidade e a empatia do público.

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Sucesso Absoluto e Prêmios

Após seis meses de ensaio e sem qualquer patrocinador, ‘Feliz Ano Velho’ estreou em 3 de julho de 1983 durante a programação do Festival de Inverno de Campos do Jordão. Mais tarde, o espetáculo seguiu para São Paulo, onde estreou em 31 de agosto de 1983. De lá, viajou pelo Brasil e ganhou o mundo.

> A estimativa é de que mais de 1 milhão de pessoas tenham assistido à peça.

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A aclamada ‘Feliz Ano Velho’ foi premiada em diferentes categorias pelo Molière, Mambembe, além de receber o Troféu Inacen como espetáculo do ano pelo Instituto Nacional de Artes Cênicas, entre outros.

Ligação com a Música

Para Kaloy, o mais importante é que ‘Feliz Ano Velho’ mantém o estímulo para novas montagens teatrais. Além disso, o espetáculo acompanhou o movimento do nascimento do rock nacional com o surgimento de bandas como Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Blitz, Barão Vermelho, entre muitas outras.

_’Além disso, o espetáculo acompanhou o movimento do nascimento do rock nacional com o surgimento de bandas como Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Blitz, Barão Vermelho, entre muitas outras’, diz._

Para confirmar a relação do teatro com a música, o hoje empresário recorda da noite em que ‘Feliz Ano Velho’

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