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Como o Aumento dos Juros e a Crise de Acessibilidade Estão Moldando o Mercado de Carros Usados em Campinas
Por que os carros usados estão dominando Campinas?
A compra de carros usados está em alta na região de Campinas, e não é por acaso. Com juros elevados e preços astronômicos para veículos novos, muitos consumidores estão optando por alternativas mais acessíveis. Este fenômeno reflete uma tendência nacional, mas aqui em Campinas os números chamam ainda mais atenção: até junho de 2025, foram vendidos 200.147 carros usados, sendo que mais de 35% deles tinham mais de 13 anos de uso.
O Impacto Econômico nos Consumidores Locais
Quem são os compradores de carros usados em Campinas?
Para entender esse cenário, precisamos olhar para as pessoas por trás desses números. Entre elas está Gustavo Comin, um estudante que decidiu financiar um carro fabricado em 2004 para se locomover entre trabalho e faculdade. “Moro em Campinas e trabalho em Valinhos. Precisava de um carro como meio de transporte”, explica ele. Além disso, Gustavo optou por um veículo mais velho porque queria evitar custos adicionais, como o IPVA.
Mas Gustavo não está sozinho. Muitos trabalhadores e famílias também têm recorrido ao mercado de usados como solução prática para driblar a crise econômica atual. O aumento da taxa Selic — que chegou a 15% no início de 2025 — afeta diretamente o crédito disponível para financiamentos, tornando os empréstimos menos acessíveis e aumentando a inadimplência.
Os Números Que Não Mentem
Como os dados explicam essa tendência?
De acordo com a Secretaria Nacional de Trânsito (Senetran), 71.923 dos 200.147 carros usados vendidos na região de Campinas já contavam com mais de 13 anos de uso. Esse número representa 35,9% do total. Além disso, a venda de veículos seminovos cresceu 28,6% entre 2024 e 2025, enquanto os usados registraram um aumento de 8,9%.
Esses dados mostram que, mesmo com opções mais modernas disponíveis, muitos consumidores estão priorizando veículos mais antigos para economizar dinheiro imediatamente. E isso faz sentido quando consideramos o contexto macroeconômico.
A Inflação e os Juros: Um Casamento Perigoso
Como a economia influencia suas escolhas?
Enilson Sales, presidente da Federação de Revendedores de Veículos (FENAUTO), destaca que a alta da taxa Selic tem impacto direto nas parcelas dos financiamentos. Segundo ele, “um índice de 15% impacta significativamente na prestação do cliente”.
E não para por aí. A inadimplência entre pessoas físicas atingiu 6,1%, levando os bancos a reduzirem sua oferta de crédito – ou seja, menos dinheiro circulando significa menos oportunidades para adquirir bens duráveis, como automóveis novos.
Uma Nova Realidade Para o Transporte Urbano
Será que comprar usado ainda vale a pena?
Embora a compra de carros usados possa parecer uma solução imediata, especialistas alertam sobre os riscos envolvidos. Problemas mecânicos frequentes, falta de garantias e maior desvalorização podem transformar o sonho de ter um carro próprio em um pesadelo financeiro.
No entanto, para muitos moradores de Campinas, essa continua sendo a única opção viável. Afinal, como enfrentar longos trajetos diários entre cidades vizinhas sem um meio de transporte confiável?
Cenário Paulista: Uma Tendência Nacional?
Campinas é apenas um reflexo do Brasil?
Dados da FENAUTO indicam que a venda de carros usados não só cresceu em Campinas, mas também em outras regiões do estado de São Paulo. Isso sugere que estamos diante de uma mudança comportamental generalizada, impulsionada por fatores econômicos amplamente discutidos.
Em grandes centros urbanos, onde o transporte público nem sempre atende às necessidades da população, o carro se torna essencial. Mas será que essa dependência vai continuar crescendo ou veremos uma reversão dessa tendência?
Qual o Futuro do Mercado Automotivo?
Estamos caminhando para uma nova era de mobilidade?
Com o avanço da tecnologia e o surgimento de alternativas sustentáveis, como bicicletas elétricas e carros compartilhados, há quem aposte que o mercado tradicional de veículos pode estar prestes a mudar radicalmente. No entanto, para que isso aconteça, será necessário investimento em infraestrutura e políticas públicas voltadas à inclusão social.
Enquanto isso não ocorre, o mercado de carros usados segue firme, oferecendo soluções práticas para milhões de brasileiros.
Conclusão: O Que Esperar Para os Próximos Anos?
Se algo ficou claro nessa análise, é que a crise econômica está moldando profundamente nossas decisões de consumo. Em Campinas, a venda de carros usados revela não apenas um ajuste momentâneo, mas uma adaptação estratégica aos desafios impostos pelo cenário atual. Enquanto os juros permanecerem altos e os preços dos veículos novos continuarem fora do alcance da maioria, o mercado de usados seguirá prosperando.
No entanto, cabe a nós questionar: até quando vamos aceitar essa realidade? Será possível encontrar um equilíbrio entre acessibilidade e qualidade de vida no futuro próximo?
Perguntas Frequentes (FAQs)
1. Por que tantas pessoas estão optando por carros usados em Campinas?
A alta dos juros e os preços elevados de veículos novos são os principais motivos. Além disso, a inadimplência crescente dificulta o acesso ao crédito, forçando os consumidores a procurarem alternativas mais baratas.
2. Quais são os riscos de comprar um carro muito antigo?
Além de problemas mecânicos frequentes, carros antigos geralmente têm maior desvalorização e não oferecem garantias. Isso pode gerar gastos inesperados no futuro.
3. Como a taxa Selic afeta o mercado de carros?
A taxa Selic influencia diretamente as condições de financiamento. Quando ela sobe, as parcelas dos empréstimos ficam mais caras, reduzindo o poder de compra da população.
4. Existe alguma alternativa ao carro particular em Campinas?
Sim, mas as opções de transporte público ainda são limitadas, especialmente para deslocamentos entre cidades vizinhas. Bicicletas elétricas e serviços de carona compartilhada começam a ganhar espaço.
5. O que esperar do mercado automotivo nos próximos anos?
Embora o mercado de usados continue forte no curto prazo, há expectativa de que novas tecnologias e políticas públicas possam transformar a forma como nos locomovemos nas próximas décadas.
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