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O Caso Que Abalou Campinas: Neurocirurgião de 73 Anos Sob Investigação por Crimes Sexuais
“Um Juramento Desrespeitado”: O Escândalo do Médico Denunciado por Assédio e Violência Sexual
Numa cidade conhecida por sua tranquilidade, onde a confiança no sistema de saúde é um pilar da vida comunitária, uma sombra assustadora paira sobre o interior de São Paulo. Um neurocirurgião experiente, cujo currículo brilha com décadas de prática médica e ensino acadêmico, agora enfrenta acusações que chocam não apenas suas vítimas, mas toda a sociedade. Américo Marcone Cabral de Lira, de 73 anos, está sob investigação por suspeita de importunar sexualmente e até estuprar pacientes vulneráveis em hospitais e clínicas.
Como isso foi possível? Como alguém que jurou salvar vidas pode ser apontado como um predador? Este artigo mergulha nas histórias das vítimas, nos desdobramentos legais e na responsabilidade das instituições diante de crimes tão graves.
Quem é Américo Marcone Cabral de Lira?
Américo, natural da Paraíba, construiu uma carreira sólida ao longo de mais de cinco décadas. Com formação em neurocirurgia, ele se tornou referência na área, atendendo em renomados hospitais como o Hospital Irmãos Penteado, em Campinas (SP), além de unidades ligadas à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Sua trajetória inclui até mesmo uma candidatura a deputado estadual em 2018.
Mas por trás dessa fachada de sucesso, surgiram denúncias que expuseram um lado obscuro. A primeira delas data de 2015, quando uma paciente relatou ter sido assediada durante um atendimento. Na época, o caso foi arquivado por falta de provas. Agora, novas acusações vieram à tona, colocando seu registro médico sob interdição cautelar.
As Vítimas Contam Suas Histórias
A Paciente que Acordou com Memórias Perturbadoras
Uma das vítimas relata que, após passar por uma cirurgia delicada, despertou com lembranças fragmentadas de toques indevidos. “Eu estava vulnerável, sedada, sem condições de me defender”, disse ela em depoimento à Polícia Civil. Segundo seu relato, o médico insinuou tê-la violentado enquanto ela ainda se recuperava da anestesia.
A Familiar que Testemunhou o Assédio
Outro caso envolve uma mulher que acompanhava um familiar internado no Hospital Irmãos Penteado. Durante uma consulta rotineira, ela afirma ter sido alvo de insinuações sexuais explícitas. “Fiquei paralisada. Eu não sabia o que fazer”, conta.
Essas narrativas revelam um padrão preocupante: o abuso de poder em situações de extrema vulnerabilidade.
Por Que Demorou Tanto para a Justiça Agir?
O Arquivamento de 2015
A primeira denúncia contra Américo foi registrada há quase uma década, mas acabou sendo arquivada por falta de provas concretas. Na época, as autoridades afirmaram que as evidências eram insuficientes para prosseguir com o caso. Isso levanta questões cruciais sobre os desafios enfrentados por vítimas de violência sexual, especialmente quando os agressores ocupam posições de prestígio.
Os Quatro Inquéritos Atuais
Atualmente, a Polícia Civil investiga quatro inquéritos contra o neurocirurgião. Os casos envolvem diferentes tipos de conduta, desde importunação sexual até estupro. Apesar do avanço nas investigações, o processo ainda enfrenta obstáculos, como o tempo decorrido entre os supostos crimes e as denúncias.
A Responsabilidade das Instituições
Universidade e Hospitais Envolvidos
Como professor da Unicamp e profissional atuante em hospitais públicos e privados, Américo tinha acesso direto a centenas de pacientes. A pergunta inevitável é: onde estavam as instituições enquanto essas denúncias começavam a surgir?
O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) informou que o registro do médico foi interditado cautelarmente em maio deste ano. Já o CRM-PB, onde ele também possui registro, confirmou que adotou medidas similares. Mas será que essas ações foram suficientes ou chegaram tarde demais?
Um Sistema Falho? Reflexões Sobre Proteção às Vítimas
O Silêncio que Mata
Muitas vítimas de violência sexual hesitam em denunciar seus agressores, especialmente quando esses indivíduos ocupam cargos de autoridade. No caso de Américo, o medo de represálias e a descrença nas instituições podem ter contribuído para o silêncio prolongado.
A Importância de Protocolos Mais Rígidos
Hospitais e consultórios médicos precisam implementar protocolos claros para lidar com denúncias de assédio e abuso. Isso inclui treinamentos regulares para funcionários, canais de denúncia seguros e políticas transparentes de punição.
E Agora? Qual o Futuro do Caso?
Com as investigações em andamento, resta saber qual será o destino de Américo Marcone Cabral de Lira. Enquanto isso, suas vítimas buscam justiça e reparação emocional. O impacto desses crimes vai muito além dos tribunais; ele atinge diretamente a confiança pública no sistema de saúde.
Conclusão: Uma Lição Dolorosa
O caso de Américo serve como um lembrete de que ninguém está acima da lei, independentemente de sua posição social ou profissional. As histórias das vítimas são um chamado urgente para reformularmos nossas instituições e criarmos ambientes mais seguros para todos. Afinal, quantas outras vozes permanecem silenciadas?
Perguntas Frequentes (FAQs)
1. Quem é o neurocirurgião investigado em Campinas?
Américo Marcone Cabral de Lira, de 73 anos, é um neurocirurgião com décadas de experiência que atualmente enfrenta acusações de assédio sexual e estupro envolvendo pacientes em hospitais de Campinas.
2. Quantas vítimas denunciaram o médico até agora?
Até o momento, quatro vítimas registraram boletins de ocorrência contra Américo, relatando crimes que ocorreram em diferentes momentos e locais.
3. O que significa “interdição cautelar” do registro médico?
A interdição cautelar impede temporariamente que o médico exerça sua profissão enquanto as investigações estão em curso. É uma medida preventiva adotada pelo Conselho Regional de Medicina.
4. Por que a primeira denúncia foi arquivada?
A denúncia inicial, feita em 2015, foi arquivada por falta de provas concretas. Sem testemunhas ou evidências físicas, o caso não pôde avançar na época.
5. Como posso denunciar casos semelhantes?
Denúncias podem ser feitas diretamente à Polícia Civil ou através de canais específicos oferecidos por hospitais e conselhos profissionais. É importante documentar qualquer incidente e buscar apoio jurídico especializado.
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