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A Mulher que Desenhou o Futuro do Brasil com Números, Coragem e Visão: O Legado de Elza Berquó no Centenário de uma Revolução Silenciosa

Em um país onde as estatísticas muitas vezes servem apenas para esconder a realidade, uma mulher usou os números não como armas de ocultação, mas como lanterna para iluminar caminhos de justiça social. Elza Berquó — matemática, bioestatística, demógrafa e visionária — não apenas entrou na história da ciência brasileira; ela a reescreveu com a precisão de quem entende que, por trás de cada dado, há um rosto, uma história, um destino. Em 2025, ao completar 100 anos, o Brasil celebra não apenas uma vida longa, mas uma trajetória que moldou instituições, políticas públicas e gerações inteiras de pesquisadores. E, mais do que isso: celebra a persistência de uma ideia — a de que entender a população é o primeiro passo para transformá-la.

Mas por que Elza Berquó merece um centenário tão grandioso? Por que sua obra ainda ressoa com tanta força em um mundo dominado por algoritmos e inteligência artificial? A resposta está em sua capacidade única de unir rigor científico com empatia social — uma rara alquimia que transformou a demografia em um instrumento de mudança.

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Quem foi Elza Berquó? Além dos títulos, uma força transformadora

Nascida em 17 de outubro de 1925, Elza Berquó viveu em tempos turbulentos: ditaduras, desigualdades brutais, exclusão educacional e um Brasil ainda tateando sua identidade moderna. Formada em matemática pela Universidade de São Paulo (USP) em 1947 — em uma época em que poucas mulheres chegavam à universidade —, ela não se contentou com a sala de aula. Queria entender o país. E, para isso, mergulhou na demografia, campo então marginalizado no Brasil.

Seus estudos em bioestatística na Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, nos anos 1960, foram o catalisador de uma revolução silenciosa. Ao retornar, trouxe consigo não apenas conhecimento técnico, mas uma missão: tornar a demografia uma ciência comprometida com a redução das desigualdades.

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O Ano Elza: Um tributo que vai além da nostalgia

Em 2025, o Núcleo de Estudos de População da Unicamp (Nepo), por ela fundado em 1982, declarou o “Ano Elza”. A iniciativa não é apenas uma homenagem protocolar. É um convite à reflexão: como seria o Brasil hoje se não tivéssemos os estudos populacionais estruturados como ela os idealizou?

O lançamento de um site dedicado à sua trajetória intelectual — com publicações digitalizadas, entrevistas, vídeos e registros fotográficos — é um presente para pesquisadores, estudantes e cidadãos. Mas é também um alerta: a memória institucional precisa ser preservada, especialmente em tempos de apagamento histórico.

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Cebrap, Abep, Nepo: Três pilares de uma nação que aprendeu a se contar

Poucas figuras na história intelectual brasileira conseguiram fundar não uma, mas três instituições de referência nacional e internacional. Em 1969, Elza foi decisiva na criação do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), espaço que se tornou um bastião da ciência social crítica durante a ditadura militar. Em 1976, ajudou a erguer a **Associação Brasileira de Estudos Populacionais (Abep)**, dando voz acadêmica à demografia. E, em 1982, fundou o **Núcleo de Estudos de População da Unicamp (Nepo)**, que hoje leva seu nome.

Essas não são apenas siglas. São ecossistemas de pensamento que formaram gerações de demógrafos, sociólogos e epidemiologistas. Sem Elza, o Brasil teria demorado décadas para entender fenômenos como o envelhecimento populacional, a transição demográfica ou a desigualdade de gênero nas taxas de mortalidade.

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Demografia com alma: quando os números contam histórias humanas

Elza Berquó nunca viu a demografia como uma ciência fria. Para ela, cada curva de natalidade, cada índice de fecundidade, cada mapa de migração era um retrato coletivo da luta, da esperança e da resistência do povo brasileiro. Foi uma das primeiras a ligar saúde reprodutiva, educação feminina e desenvolvimento social — uma abordagem interdisciplinar que hoje é padrão, mas que, na época, era revolucionária.

Ela insistia: “Não basta contar quantos somos. Precisamos entender por que somos assim, e como podemos ser melhores.” Essa frase, aparentemente simples, carrega uma ética de pesquisa que ainda inspira.

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A mulher por trás dos dados: coragem em tempos sombrios

Durante a ditadura militar (1964–1985), muitos intelectuais foram silenciados, exilados ou perseguidos. Elza Berquó, no entanto, manteve-se ativa — não com bravata, mas com inteligência estratégica. No Cebrap, criou um espaço onde a ciência podia florescer mesmo sob censura. Produziu pesquisas que, embora tecnicamente impecáveis, carregavam críticas implícitas às políticas públicas falhas.

Sua discrição não era covardia; era resistência disfarçada de rigor metodológico. Enquanto outros gritavam nas ruas, ela sussurrava verdades nos relatórios — verdades que o regime não podia contestar sem se expor.

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O pioneirismo feminino em um mundo de homens

Ser mulher em ciência no Brasil da metade do século XX era, por si só, um ato de coragem. Ser mulher, matemática e líder institucional era quase um paradoxo para a sociedade da época. Elza Berquó quebrou barreiras sem fazer alarde. Não buscava o protagonismo, mas a eficácia. Mesmo assim, tornou-se referência para inúmeras pesquisadoras que viram nela um modelo de como conciliar competência técnica, liderança ética e sensibilidade social.

Hoje, em um momento de retrocessos na representação feminina em cargos acadêmicos e científicos, sua trajetória é um antídoto poderoso contra o desânimo.

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O site do centenário: um arquivo vivo da memória intelectual

O site lançado pelo Nepo-Unicamp não é um museu digital. É um laboratório aberto. Nele, qualquer pessoa pode acessar artigos raros, palestras gravadas, entrevistas emocionantes e até rascunhos de projetos que nunca foram publicados. Tudo organizado com cuidado editorial e respeito à cronologia histórica.

Mais do que um tributo, é um convite: “Venha entender como o Brasil aprendeu a se conhecer.” E, ao fazê-lo, talvez aprendamos também a nos cuidar melhor.

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Por que a demografia importa mais do que nunca?

Em uma era de fake news, polarização e crise climática, os dados populacionais são bússolas essenciais. Quem envelhece? Quem migra? Quem tem acesso à saúde? Quem está fora da escola? Essas perguntas, que Elza Berquó fez com insistência, são hoje mais urgentes do que nunca.

A pandemia de COVID-19, por exemplo, mostrou como a ausência de dados desagregados por raça, gênero e região pode custar vidas. Elza já sabia disso décadas antes. Sua obra é um manual de sobrevivência democrática.

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O legado institucional: sementes que viraram florestas

O Cebrap, a Abep e o Nepo não são apenas instituições — são ecossistemas vivos. O Cebrap continua produzindo análises críticas sobre desigualdade e políticas públicas. A Abep reúne centenas de pesquisadores em congressos que moldam a agenda nacional. O Nepo forma mestres e doutores que espalham seu método por todo o país.

Essa rede, tecida por Elza com paciência e visão de longo prazo, é talvez seu maior legado. Porque, como dizia, “instituições duram mais que indivíduos”.

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Elza Berquó e a ética do conhecimento

Numa época em que a ciência é frequentemente instrumentalizada por interesses políticos ou econômicos, a postura ética de Elza Berquó brilha com força renovada. Ela recusava financiamentos que comprometessem a independência de suas pesquisas. Defendia a transparência metodológica. E jamais usou seus dados para promover agendas ideológicas — apenas para revelar verdades incômodas.

Sua ética não era teórica; era prática cotidiana. E isso, em tempos de pós-verdade, é um farol.

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A transição demográfica brasileira: um fenômeno que ela ajudou a decifrar

O Brasil passou, em poucas décadas, de um país de alta natalidade e alta mortalidade para um de baixa natalidade e longevidade crescente. Esse processo — a chamada transição demográfica — foi mapeado, analisado e interpretado por Elza Berquó com uma clareza rara.

Seus estudos sobre fecundidade, migração interna e envelhecimento rural foram pioneiros. Muitos deles serviram de base para políticas como o Programa Saúde da Família e o Estatuto do Idoso.

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O que o centenário de Elza ensina ao Brasil de hoje?

Celebrar Elza Berquó em 2025 não é apenas olhar para trás. É um chamado para o futuro. Num país que oscila entre o negacionismo científico e a desvalorização da universidade pública, sua vida é um lembrete: o conhecimento rigoroso, comprometido com a justiça, salva vidas.

Seu centenário deve ser lido como um manifesto silencioso: invistam na ciência. Respeitem os dados. Ouçam os pesquisadores. Porque, sem eles, caminhamos às cegas.

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A voz das novas gerações: como Elza inspira hoje

Jovens demógrafas, como Ana Paula Scorsim e Mariana Rios, citam Elza como referência fundamental. “Ela nos mostrou que é possível ser técnica sem perder a humanidade”, diz uma delas. Em salas de aula, laboratórios e fóruns internacionais, seu nome é evocado com reverência — não como uma estátua, mas como uma bússola.

Esse é o verdadeiro teste do legado: quando as próximas gerações continuam a conversa que você começou.

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O paradoxo de Elza: famosa sem buscar fama

Curiosamente, Elza Berquó nunca foi uma celebridade midiática. Evitava holofotes. Preferia o silêncio da biblioteca ao barulho dos debates televisivos. E, ainda assim, seu impacto é imenso. Isso revela uma verdade incômoda: as mudanças mais profundas raramente vêm de discursos grandiosos, mas de trabalho consistente, feito dia após dia, longe dos aplausos.

Seu centenário, portanto, é também uma crítica sutil à cultura do imediatismo — um lembrete de que o verdadeiro legado se constrói com paciência.

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Conclusão: Um país que se conhece é um país que se transforma

Elza Berquó não apenas estudou o Brasil. Ela ajudou o Brasil a se ver. E, ao se ver com clareza — com todas as suas contradições, dores e potencialidades —, o país ganhou a chance de escolher um caminho melhor. Seu centenário não é uma data no calendário. É um espelho. Nele, vemos não só o que fomos, mas o que ainda podemos ser.

Que sua vida nos lembre: os números não mentem, mas só têm sentido quando usados com coragem, ética e amor pelo próximo. E que, ao celebrar Elza Berquó, celebremos também a ciência como ato de esperança.

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Perguntas Frequentes (FAQs)

1. Quais foram as principais contribuições de Elza Berquó para a demografia brasileira?
Elza Berquó introduziu a demografia como ciência interdisciplinar no Brasil, conectando estatísticas populacionais a questões de saúde, gênero e desigualdade. Foi pioneira nos estudos sobre transição demográfica, fecundidade e envelhecimento, além de fundar instituições-chave como o Cebrap, a Abep e o Nepo-Unicamp.

2. Por que o Nepo-Unicamp leva o nome de Elza Berquó?
Em reconhecimento ao seu papel fundador e à sua liderança como coordenadora do núcleo de 1982 a 1994, o Nepo foi renomeado em 2019 como “Núcleo de Estudos de População Elza Berquó”, tornando-se o primeiro centro acadêmico no Brasil a homenagear uma mulher viva com seu nome.

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3. Onde posso acessar os trabalhos de Elza Berquó?
O site oficial do Ano Elza (lançado pelo Nepo-Unicamp em 2025) reúne suas publicações, entrevistas, vídeos e fotografias, com acesso gratuito e versões digitalizadas de textos raros. O endereço é mantido como um repositório aberto ao público.

4. Como Elza Berquó enfrentou os desafios da ditadura militar?
Ela usou o rigor científico como escudo, produzindo pesquisas tecnicamente irrefutáveis que, indiretamente, criticavam políticas públicas e expunham desigualdades. No Cebrap, criou um espaço seguro para a produção intelectual crítica, mesmo sob censura.

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5. Qual o legado mais duradouro de Elza Berquó para as futuras gerações?
Além das instituições que fundou, seu maior legado é a ideia de que a ciência deve servir à sociedade — especialmente aos mais vulneráveis. Ela provou que dados, quando interpretados com ética e empatia, podem ser ferramentas poderosas de justiça social.

Para informações adicionais, acesse o site

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‘Este conteúdo foi gerado automaticamente a partir do conteúdo original. Devido às nuances da tradução automática, podem existir pequenas diferenças’.

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